segunda-feira, 28 de março de 2016

Capitanias Hereditarias

O sistema de capitanias hereditárias é um sistema de controle administrativo colonial que marcou a história da colonização portuguesa no Brasil. A partir do ano de 1530, o governo português passou a voltar os seus interesses políticos e econômicos para as terras brasileiras. Contudo, isso exigia a instalação de algum modelo de administração que fosse capaz de assegurar a posse portuguesa sobre o território e, ao mesmo tempo, tornar o Brasil uma colônia lucrativa.
Foi buscando resolver esse problema que os portugueses implantaram no Brasil o sistema de capitanias hereditárias, em 1534. Nesse sistema, Portugal realizava a divisão das terras brasileiras em longas faixas que partiam do litoral até alcançar os limites do Tratado de Tordesilhas. Assim, cada faixa de terra era considerada uma capitania. Cada capitania tinha um responsável por ela, que era escolhido pelo rei de Portugal, e ganhava o título de donatário.
O donatário tinha o direito de utilizar a capitania doada por Portugal e, ao mesmo tempo, a obrigação de ocupar o território e organizar atividades que fossem lucrativas. Eles também poderiam repassar o direito de uso da capitania para o seu filho. Era por esse motivo que ela também era chamada de hereditária. Entretanto, a posse continuava com a Coroa e, por tal razão, o donatário não poderia vender ou comprar uma capitania.
A razão de Portugal utilizar esse modelo administrativo para ocupar o Brasil se dava por conta da falta de recursos financeiros e funcionários para que ele mesmo controlasse as terras diretamente. Sendo assim, o sistema de capitanias hereditárias garantia a exploração econômica da colônia sem que fosse necessário desembolsar grandes quantidades de dinheiro. Portugal tinha apenas o trabalho de fiscalizar e arrecadar os impostos que lhe eram de direito.
Mesmo com todas essas motivações e um modelo já organizado, o sistema de capitanias hereditárias não atingiu o sucesso esperado. Não raro, os donatários nomeados pela Coroa nem chegaram a pisar em terras brasileiras, mostrando receio e desinteresse em abandonar seus negócios em Portugal para se lançar a uma nova aventura do outro lado do Oceano Atlântico.
Os donatários que chegaram a assumir sua capitania e se mudar para o Brasil também enfrentaram sérias dificuldades. A grande extensão das capitanias e o desconhecimento do território dificultavam o processo de dominação. Por outro lado, a falta de incentivos do governo de Portugal tornava a missão dos donatários ainda mais complicada. Por fim, devemos também salientar a presença e a resistência das populações indígenas, que se sentiam injustiçadas com a ocupação promovida pelos portugueses.
Ao mostrar claros sinais de ineficiência, o sistema de capitanias hereditárias foi progressivamente substituído pelo Governo Geral. As duas únicas exceções do grande fracasso desse modelo foram notadas nas capitanias de São Vicente (atual estado de São Paulo) e Pernambuco. Nessas duas regiões, o sistema prosperou graças aos rápidos lucros obtidos pela exploração da cana de açúcar que era exportada para a Europa. Somente no ano de 1759, sob as ordens do marquês de Pombal, que o sistema de capitanias foi completamente extinto dando lugar somente ao Governo Geral.
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De a cordo com o texto responda:
1- O que são capitanias hereditárias? Por que se chamavam "hereditárias"?
2- O que são donatários?
3- Qual o motivo da criação das capitanias hereditárias? Em que ano e sec. estas capitanias foram estabelecidas no Brasil?

4- Como funcionava a hierarquia que administrava as Capitanias Hereditárias?
5- Quais capitanias deram certo?
6- Por que a maioria das capitanias hereditárias não prosperaram?


quarta-feira, 16 de março de 2016

Navegações Portuguesas

Navegações Portuguesas

Durante os séculos XV e XVI, os europeus, principalmente portugueses e espanhóis, lançaram-se nos oceanos Pacífico, Índico e Atlântico com dois objetivos principais : descobrir uma nova rota marítima para as Índias e encontrar novas terras. Este período ficou conhecido como a Era das Grandes Navegações e Descobrimentos Marítimos.

Os objetivos

No século XV, os países europeus que quisessem comprar especiarias (pimenta, açafrão, gengibre, canela e outros temperos), tinham que recorrer aos comerciantes de Veneza ou Gênova, que possuíam o monopólio destes produtos. Com acesso aos mercados orientais - Índia era o principal - os burgueses italianos cobravam preços exorbitantes pelas especiarias do oriente. O canal de comunicação e transporte de mercadorias vindas do oriente era o Mar Mediterrâneo, dominado pelos italianos. Encontrar um novo caminho para as Índias era uma tarefa difícil, porém muito desejada. Portugal e Espanha desejavam muito ter acesso direto às fontes orientais, para poderem também lucrar com este interessante comércio.

Um outro fator importante, que estimulou as navegações nesta época, era a necessidade dos europeus de conquistarem novas terras. Eles queriam isso para poder obter matérias-primas, metais preciosos e produtos não encontrados na Europa. Até mesmo a Igreja Católica estava interessada neste empreendimento, pois, significaria novos fiéis.

Os reis também estavam interessados, tanto que financiaram grande parte dos empreendimentos marítimos, pois com o aumento do comércio, poderiam também aumentar a arrecadação de impostos para os seus reinos. Mais dinheiro significaria mais poder para os reis. 

Pioneirismo português

Portugal foi o pioneiro nas navegações dos séculos XV e XVI devido a uma série de condições encontradas neste país. A grande experiência em navegações, principalmente da pesca de bacalhau, ajudou muito Portugal. As caravelas, principal meio de transporte marítimo e comercial do período, eram desenvolvidas com qualidade superior à de outras nações. Portugal contou com uma quantidade significativa de investimentos de capital vindos da burguesia e também da nobreza, interessadas nos lucros que este negócio poderia gerar. Neste país também houve a preocupação com os estudos náuticos, pois os portugueses chegaram a criar até mesmo uma centro de estudos : A Escola de Sagres.

Planejamento das Navegações

Navegar nos séculos XV e XVI era uma tarefa muito arriscada, principalmente quando se tratava de mares desconhecidos. Era muito comum o medo gerado pela falta de conhecimento e pela imaginação da época. Muitos acreditavam que o mar pudesse ser habitado por monstros, enquanto outros tinham uma visão da terra como algo plano e , portanto, ao navegar para o "fim" a caravela poderia cair num grande abismo.

Dentro deste contexto, planejar a viagem era de extrema importância. Os europeus contavam com alguns instrumentos de navegação como, por exemplo: a bússola, o astrolábio e a balestilha. Estes dois últimos utilizavam a localização dos astros como pontos de referência.

Também era necessário utilizar um meio de transporte rápido e resistente. As caravelas cumpriam tais objetivos, embora ocorressem naufrágios e acidentes. As caravelas eram capazes de transportar grandes quantidades de mercadorias e homens. Numa navegação participavam marinheiros, soldados, padres, ajudantes, médicos e até mesmo um escrivão para anotar tudo o que acontecia durantes as viagens.

Navegações portuguesas e os descobrimentos

No ano de 1498, Portugal realiza uma das mais importantes navegações: é a chegada das caravelas, comandadas por Vasco da Gama às Índias. Navegando ao redor do continente africano, Vasco da Gama chegou à Calicute e pôde desfrutar de todos os benefícios do comércio direto com o oriente. Ao retornar para Portugal, as caravelas portuguesas, carregadas de especiarias, renderam lucros fabulosos aos lusitanos.

Outro importante feito foi a chegada das caravelas de Pedro Alvares Cabral ao litoral brasileiro, em abril de 1500. Após fazer um reconhecimento da terra "descoberta", Cabral continuou o percurso em direção às Índias.

Em função destes acontecimentos, Portugal tornou-se a principal potência econômica da época.

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De acordo com o texto responda:

1- Qual objetivo de Portugal ao iniciar as suas navegações? Como esta época ficou conhecida?

2- O que são especiarias? De quem os portugueses as compravam? Eles estavam satisfeitos em relação a isso? Justifique sua resposta.

3- Além do problema com o comercio de especiarias, havia outros dois motivos para que Portugueses quisessem explorar novas terras, quais são estes motivos?

4- Quem financiou as navegações dos portugueses? Por qual motivo?   

5- O que significa dizer que os Portugueses foram os pioneiros nas navegações marítimas? Por qual motivo havia condições favoráveis para que Portugal iniciasse  essas navegações?

6- Por que as caravelas eram adequadas para que os portugueses realizassem as navegações? Quem eram os tripulantes?

7- Comente a navegação realizada em 1500, quem estava no comando, para onde os portugueses estavam indo, e o que eles descobriram.






quarta-feira, 2 de março de 2016

Como trabalham os arqueólogos?

Como trabalham os arqueólogos?

Os arqueólogos são cientistas que estudam documentos muito diferentes dos documentos escritos: são pedras, objetos, pinturas em rochas, vestígios de fogueiras há séculos apagadas. Todos esses são documentos de povos que viveram muitos e muitos anos atrás naqueles lugares em que se encontram os vestígios. Em muitos casos, foram povos que não deixaram documentação escrita e cujos hábitos podem ser conhecidos através de análises que os arqueólogos fazem desses materiais. 
Cada grupo humano se comporta, pensa, trabalha e se distrai de maneira toda sua: as técnicas de fabricar instrumentos de trabalho, as maneiras de preparar os alimentos, de plantar, as roupas que as pessoas vestem, os ornamentos que usam, tudo isso faz parte da sua maneira de viver, de sua cultura. 
Quando um povo desaparece e os objetos que ele usava são encontrados, eles passam a constituir vestígios dos quais podemos tirar informações. Em geral, os vestígios ficaram no lugar onde aquele povo vivia ou frequentava. Sobre eles vão-se depositando finas camadas de poeira, resultante da ação da chuva e dos ventos sobre o solo e as rochas. Com o decorrer dos milênios essas camadas podem atingir vários metros de espessura. Enquanto os vestígios arqueológicos estão sob a terra, nada os altera. 

Quando encontrados, podem ser estudados pelos arqueólogos que utilizam métodos de trabalho e técnicas de análise que permitem, a partir deles, tirar conclusões sobre a cultura e a história dos povos que fabricaram e usaram aqueles objetos. Quando um arqueólogo estuda um sítio, ele vai retirando pouco a pouco as camadas de sedimentos. 
As primeiras camadas são as mais recentes, e quanto mais se aprofundam as escavações, maiores são as possibilidades de achar solos com vestígios mais antigos. Descobrir os objetos é descobrir também o solo daquela época e a forma como foi utilizado. Nas fogueiras, as análises dos restos de carvão permitem datar a época em que esse solo foi habitado. Cada mínimo detalhe tem sua importância, pois é um elemento de valor para reconstruir um modo de vida definitivamente extinto. Um objeto isolado de pouco serve se não conhecemos as condições do meio ambiente correspondentes ao período estudado. Por isso o trabalho arqueológico não pode ser feito por amadores ou colecionadores de objetos arqueológicos. Somente todo o conjunto de uma pesquisa torna possível o conhecimento da cultura e da história daquele povo pré-histórico. Essa não será uma história de fatos acontecidos, mas será a história da forma como os grupos culturais se relacionaram com o meio ambiente em que moravam. Será a história das mudanças na maneira que tinham de fazer suas casas, seus objetos, suas comidas, suas armas, e como usavam o meio ambiente, e como se autorepresentavam em pinturas rupestres pré-históricas.

O objetivo principal da Arqueologia é entender essa cultura material e como o ser humano que utilizava determinado artefato vivia e se relacionava. Esses dados são a tradução do passado. O passado  pode estar impresso em vestígios arqueológicos de natureza diversa. Além de objetos (como cortadores de pedra e vasos de cerâmica), estruturas e construções (como casas e templos) também dizem muito. Mais do que documentos históricos escritos, eles trazem informações importantes e, muitas vezes, inéditas sobre um povo.

Sítios Arqueológicos 
Sítio arqueológico é um local onde são encontrados vestígios dos homens que viveram no passado. Esses vestígios são os restos de suas casas, de sua alimentação, seus instrumentos de trabalho, suas armas, seus enfeites e pinturas. Através do estudo desses objetos, os arqueólogos formulam algumas hipóteses sobre o modo de vida dos homens pré-históricos. Não é um trabalho fácil, uma vez que esses povos não deixaram nenhum documento escrito, pois ainda não conheciam a escrita. O sítio arqueológico é um lugar bem delimitado, onde foram realizadas atividades humanas. Os arqueólogos fazem escavações cuidadosas, pois os restos mais antigos encontram-se enterrados. Cada objeto é fotografado, limpo e levado para o laboratório para ser analisado.


Cultura Material

A cultura material produzida pelos povos em diferentes partes do mundo e em diferentes tempos começou a se tornar significativa especialmente no século XIX com o surgimento da Arqueologia. Muito do que consideramos hoje como obras de arte, na verdade não foram produzidas para esse fim, contudo, muitas vezes, é através dessa produção cultural que conseguimos conhecer a história de sociedades do passado, principalmente daquelas que não desenvolveram a escrita. Com essa aula, os alunos poderão compreender melhor o conceito de cultura material, a partir dos objetos do nosso cotidiano.
O termo cultura material está relacionado com a finalidade ou sentido que os objetos têm para um povo numa cultura, ou seja, a importância e influência que exercem na definição da identidade cultural de uma sociedade. O que é material e físico, objeto ou artefacto é entendido pelos seres humanos como um legado, como algo é para ser apreendido, usado e preservado, que ensina a reproduzir o mesmo objeto ou a guardar a sua memória. Surgem aqui os objetos manufaturados (carácter artesanal) e os que são produzidos num ambiente tecnologicamente mais avançado, na maquinofatura. Os objetos têm uma época e lugar de produção, um povo que os faz e reproduz, logo têm um sentido histórico e humano: a relação entre o objeto e o seu sentido torna-se assim no campo de estudo dos investigadores da cultura material. Numa definição mais clássica, a cultura material pode assim ser entendida como o conjunto de artefactos criados pelo Homem, combinando matérias-primas e tecnologia.

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Com base neste texto responda?

1- O que a arqueologia estuda?

2- Qual o objetivo do trabalho arqueológico?
3- Cite exemplos de materiais que a arqueologia costuma estudar.
4- O que é cultura material?
5- O que são sítios arqueológicos?
6- Você já visitou algum lugar que expõe objetos que contam histórias do passado? Que lugar era esse?
7- Você acha o trabalho arqueológico um trabalho importante? Justifique sua resposta.

A vida dos índios de 1500 aos dias de hoje

A vida dos índios de 1500 aos dias de hoje

Hoje em dia, muitos grupos indígenas buscam cada vez mais preservar as tradições e costumes ancestrais. Veja mais detalhes de como eles vivem no mundo atual!

Quando os europeus chegaram ao Brasil, em 1500, encontraram nessas terras milhares de pessoas. Tratava-se dos indígenas. Eles eram um povo organizado em vários grupos, cada qual com seus costumes e culturas próprias.
Os grupos indígenas caçavam, pescavam, colhiam frutas e raízes, plantavam vegetais e faziam vários objetos e armas. As terras onde viviam pertenciam a todos. Havia lugar para abrigar todas as pessoas e o trabalho era dividido entre homens e mulheres.

Os indígenas no Brasil atual

Indios
O contato com os portugueses, e posteriormente com outros povos que vieram para o Brasil, tornou impossível para os grupos indígenas continuarem a viver do seu modo tradicional.
Os indígenas precisaram abandonar suas terras ou mudar seu modo de vida. Por isso, muitos costumes deles se perderam com o contato com outras culturas e hábitos. Aqueles que decidiram viver nas cidades tiveram que se adaptar ao novo modo de vida e passaram a usar roupas, comprar alimentos e objetos industrializados. Alguns grupos que se mudaram para áreas mais isoladas no interior, em regiões mais afastadas, começaram a vender produtos agrícolas e artesanato próprio.
Atualmente, muitos grupos indígenas buscam cada vez mais preservar as tradições e costumes ancestrais, e ao mesmo tempo querem entender e adquirir o saber do homem branco para o seu povoado. Várias comunidades indígenas da Amazônia criaram um modelo de ensino que revolucionou o aprendizado do povoado.
Os indígenas acreditam que o aprendizado deve ser realizado de forma em conjunto, ou seja, o aprendizado deve ser uma troca entre o professor e o aluno. Ambos devem trocar as experiências, pois ninguém é dono do conhecimento, e todos devem juntos descobri-lo
Indigenas
É dessa forma que deve ser em todo o aprendizado, ou seja, uma troca de experiências em que o professor deve aprender com o aluno e vice-versa. Esse novo método de ensino foi criado pelos próprios índios que entendem que valores e princípios devem ser resgatados e preservados, além de realizarem pesquisas importantes para a sustentabilidade da região em que vivem.
Os índios entendem que todo o ensinamento deve agregar o conhecimento e não esvair toda uma cultura e tradição. Diversos dos ideais indígenas chamam a atenção. Por exemplo, eles são muito conectados à natureza, e hoje, apostamos nas drogas farmacêuticas. De qualquer forma, fazemos uso de seus conhecimentos que se perpetuaram, principalmente os mais idosos.
Eles são poucos, mas ainda estão vivos e vivendo em suas próprias regiões, com suas próprias leis. Isso é bom, pois eles são o verdadeiro sangue brasileiro.