quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Sistema Urinário

Urina

A urina é composta de aproximadamente 95% de água. Os principais excretas da urina humana são: a uréia, o cloreto de sódio e o ácido úrico.

O sistema urinário
A eliminação da urina é feita através do sistema urinário. Os órgãos que compõe o sistema urinário são osrins e as vias urinárias.
As vias urinárias compreendem o ureter, a bexiga e a uretra.
Os nossos tecidos, que recebem do sangue as substâncias nutritivas, ao sangue abandonam aqueles compostos químicos tóxicos que neles se formam como resultado do complexo fenômeno da nutrição. Tais substâncias são danosas e devem ser eliminadas para não intoxicar o organismo e pôr a vida em perigo. A maior parte desses produtos é eliminada por trabalho do aparelho urinário; somente uma parte mínima é eliminada pelas glândulas sudoríparas mediante o suor.
O aparelho urinário tem a tarefa de separar do sangue as substâncias nocivas e de eliminá-las sob a forma de urina. Compõe-se ele dos rins, que filtram o sangue e são os verdadeiros órgãos ativos no trabalho de seleção das substâncias de rejeição; dos bacinetes renais com os respectivos ureteres, que conduzem a urina até a bexiga; da bexiga, que é o reservatório da urina; da uretra, canal mediante o qual a urina é conduzida para fora.
Juntamente com as substâncias de rejeição, o aparelho urinário filtra e elimina também água. A eliminação de água é necessária seja porque as substâncias de rejeição estão dissolvidas no plasma, que é constituído, na sua maior parte, de água, seja porque também a quantidade de água presente no sangue e nos tecidos deve ser mantida constante.

A água entra na composição de todos os tecidos e da substância intercelular (que enche os espaços entre as células): ela é o constituinte universal de todos os "humores" do organismo e tem a tarefa essencial de servir de "solvente" de todas as substâncias fisiologicamente ativas. A água entra no organismo com os alimentos e as bebidas; em parte se forma no próprio organismo por efeito das reações químicas que aí têm lugar. Depois de ter realizado as suas importantes funções, a água deve ser eliminada: como antes tinha servido de veículo às substâncias nutritivas, agora serve de veículo às substâncias de rejeição.
 Como ocorre a excreção
O nosso sangue contém muitas substâncias de que não necessitamos e algumas podem mesmo ser perigosas - água em excesso, sais minerais, células mortas ou alteradas e resíduos das atividades celulares. Por isso têm de ser eliminadas.

Como é constituído o sistema urinário?
Os componentes do sistema urinário são: dois rinsdois ureteres, a bexiga urinária e a uretra. Os rins são os principais órgãos do sistema urinário. Situados na cavidade abdominal, na região lombar, um de cada lado da coluna vertebral e rodeados por um tecido gorduroso, os rins são órgãos em forma de feijão, de cor vermelha escura. Têm o tamanho de um ovo de galinha, medindo cerca de 11 cm de comprimento e 6 cm de largura. Pesam entre 115 e 155 gramas nas mulheres e entre 125 e 170 gramas nos homens. O lado côncavo está voltado para a coluna vertebral e é por esse lado que entram e saem os vasos sanguíneos, do qual a artéria renal e a veia renal são os mais importantes.

Os rins extraem os produtos residuais do sangue através de milhões de pequenos filtros, denominadas néfrons, que são a unidade funcional dos rins. Cada néfron apresenta duas partes principais: a cápsula glomerular (ou cápsula de Bowman) e os túbulos renais. Nas figuras os túbulos renais são identificados como túbulo contorcido proximal, alça néfrica (alça de Henle) e túbulo contorcido distal. No interior da cápsula glomerular penetra uma arteríola (ramificação da artéria renal) que se ramifica, formando um emaranhado de capilares chamado glomérulo renal.  A cápsula glomerular continua no túbulo contorcido proximal, que se prolonga em uma alça em forma de U chamada alça néfrica.
Dessa alça segue um outro túbulo contorcido, o distal. O conjunto desses túbulos forma os túbulos renais.
A urina se forma nos néfrons basicamente em duas etapas: a filtração glomerular e a reabsorção renal. É na cápsula glomerular que ocorre a filtração glomerular, que consiste no extravasamento de parte do plasma sanguíneo do glomérulo renal para a cápsula glomerular. O líquido extravasado é chamadofiltrado. Esse filtrado contém substâncias úteis ao organismo, como água, glicose, vitaminas, aminoácidos e sais minerais diversos. Mas contém também substâncias tóxicas ou inúteis ao organismo, como a uréia e o ácido úrico. Da cápsula glomerular, o filtrado passa para os túbulos renais. O processo em que há o retorno ao sangue das substâncias úteis ao organismo presentes no filtrado é chamado reabsorção renal e ocorre nos túbulos renais. Essas substâncias úteis que retornam ao sangue são retiradas do filtro pelas células dos túbulos renais. Daí passam para os vasos capilares sanguíneos que envolvem esses túbulos. 
Dos néfrons, os resíduos recolhidos são enviados através dos ureteres para a bexiga. Os ureteres são dois tubos musculosos e elásticos, que saem um de cada um dos rins e vão dar à bexiga. A bexiga é um saco musculado, muito elástico, com um comprimento aproximado de 30 cm, onde a urina (resíduos filtrados) é acumulada. Este reservatório está ligado a um canal - a uretra - que se abre no exterior pelo meato urinário, e a sua base está rodeada pelo esfíncter uretral, que pode permanecer fechado e resistir à vontade de urinar. Válvulas existentes entre os ureteres e a bexiga impedem o retrocesso da urina.

Sistema cardiovascular

Sistema circulatório

O coração e os vasos sanguíneos e o sangue formam o sistema cardiovascular ou circulatório. A circulação do sangue permite o transporte e a distribuição de nutrientes, gás oxigênio e hormônios para as células de vários órgãos. O sangue também transporta resíduos do metabolismo para que possam ser eliminados do corpo.

O coração
O coração de uma pessoa tem o tamanho aproximado de sua mão fechada, e bombeia o sangue para todo o corpo, sem parar; localiza-se no interior da cavidade torácica, entre os dois pulmões. O ápice (ponta do coração) está voltado para baixo, para a esquerda e para frente. O peso médio do coração é de aproximadamente 300 gramas, variando com o tamanho e o sexo da pessoa.
Observe o esquema do coração humano, existem quatro cavidades:
  • Átrio direito e átrio esquerdo, em sua parte superior;
  • Ventrículo direito e ventrículo esquerdo, em sua parte inferior.
O sangue que entra no átrio direito passa para o ventrículo direito e o sangue que entra no átrio esquerdo passa para o ventrículo esquerdo. Um átrio não se comunica com o outro átrio, assim como um ventrículo não se comunica com o outro ventrículo. O sangue passa do átrio direito para o ventrículo direito através da valva atrioventricular direita; e passa do átrio esquerdo para o ventrículo esquerdo através da valva atrioventricular esquerda.



O coração humano um órgão cavitário (que apresenta cavidade), basicamente constituído por três camadas:
  • Pericárdio – é a membrana que reveste externamente o coração, como um saco. Esta membrana propicia uma superfície lisa e escorregadia ao coração, facilitando seu movimento ininterrupto;
  • Endocárdio – é uma membrana que reveste a superfície interna das cavidades do coração;
  • Miocárdio – é o músculo responsável pelas contrações vigorosas e involuntárias do coração; situa-se entre o pericárdio e o endocárdio.
Quando, por algum motivo, as artérias coronárias – ramificações da aorta – não conseguem irrigar corretamente o miocárdio, pode ocorrer a morte (necrose) de células musculares, o que caracteriza o infarto do miocárdio.
Existem três tipos básicos de vasos sanguíneos em nosso corpo: artériasveias e capilares.

Artérias
As artérias são vasos de paredes relativamente espessa e muscular, que transporta sangue do coração para os diversos tecidos do corpo. A maioria das artérias transporta sangue oxigenado (rico em gás oxigênio), mas as artérias pulmonares transportam sangue não oxigenado (pobre em gás oxigênio) do coração até os pulmões. A aorta é a artéria mais calibrosa (de maior diâmetro) do corpo humano.

Sistema Respiratório




Sistema Respiratório







sistema respiratório fornece oxigênio e remove gás carbônico do organismo, auxiliando as células no metabolismo, atuando em conjunto com o sistema circulatório. O sistema respiratório também esta envolvido com a vocalização.
É formado pelo nariz, cavidade do nariz, faringe, laringe, traquéia, brônquios e pulmões.

Nariz e cavidade do nariz
As duas cavidades por onde o ar entra no sistema respiratório são chamadas de fossas nasais. São separadas por uma cartilagem chamada cartilagem do septo, formando o septo nasal. Os pêlos no interior do nariz retém as partículas que entram junto com o ar. É composto de células ciliadas e produtoras de muco. O teto da cavidade nasal possui células com função olfativa. Nesta região, amucosa é bem irrigada e aquece o ar inalado.
Faringe
A faringe pertence tanto ao sistema respiratório como ao sistema digestório. Através das coanas esta ligada com a cavidade do nariz e através das fauces, com a boca. Liga-se com o ouvido médio pelastubas auditivas. Liga-se também com a laringe e com o esôfago. Antes de ir para a laringe, o ar inspirado pelo nariz passa pela faringe.
Laringe
A laringe é um tubo cartilaginoso de forma irregular que conecta a faringe com a traquéia. Situa-se na parte superior do pescoço. A laringe possui uma estrutura cartilaginosa que chama epiglote, que trabalha para desviar das vias respiratórias para o esôfago os alimentos deglutidos. Caso não ocorra este desvio, o alimento é expelido com uma tosse violenta.
Na laringe encontramos as cordas vocais, que são pregas horizontais na parede da laringe. Entre as cordas vocais há uma abertura chamada glote e é por ela que o ar entra na laringe, provocando uma vibração nas cordas vocais e produzindo som. Na face anterior do pescoço forma-se a proeminência laríngea, chamada de pomo de Adão, que é mais visível nos homens que nas mulheres.
Traquéia
A traquéia é um tubo de aproximadamente 12 cm de comprimento e 2,5 de diâmetro e suas paredes são reforçadas por uma série de anéis de cartilagem que impedem que as paredes se colapsem.
A traquéia bifurca-se na sua região inferior, originando os brônquios.
O epitélio é formado por células ciliadas e células secretoras. Estes cílios servem para remover as partículas e microorganismos que entram com o ar inalado. O muco produzido pelas células secretoras serve como uma barreira também.
Pulmão



Os brônquios penetram no pulmão através do hilo. Esses brônquios ramificam-se várias vezes, originando os bronquíolos, que penetram no lóbulo pulmonar e ramificam-se, formando os bronquíolos terminais, que originam os bronquíolos respiratórios, que terminam nos alvéolos pulmonares.
Os pulmões possuem consistência esponjosa, que está relacionada com a quantidade de sacos alveolares.
O formato do pulmão lembra um cone e é revestido por uma membrana dupla serosa chamadapleura. Os dois pulmões são separados pelo mediastino, local onde está o coração, o esôfago, timo, artérias, veias e parte da traquéia.
diafragma é um músculo situado abaixo do pulmão, e é onde ele se apóia. Separa o tórax do abdome e está relacionado com os movimentos da respiração.

Sistema Digestório


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Os órgãos do sistema digestório propiciam a ingestão e nutrição do que ingerimos, permitindo com que seja feita a absorção de nutrientes, além da eliminação de partículas não utilizadas pelo nosso organismo, como a celulose.

Para que haja a digestão, o alimento deve passar por modificações físicas e químicas ao longo deste processo, iniciado na boca.

Boca

A maioria dos mamíferos mastiga o alimento antes desse atravessar a faringe. Tal ato permite sua diminuição, umidificação e, em alguns casos, o contato com enzimas digestivas presentes na saliva (amilase e ptialina), que são responsáveis pela transformação de glicogênio e amido em maltose. Nessa fase da digestão, a língua tem um importante papel: além de auxiliar na diminuição e diluição do alimento, permite a captura de sabores, estimulando a produção de saliva. Os sais presentes nesta última neutralizam a possível acidez do alimento.

Faringe – Esôfago

Após a mastigação, o bolo alimentar passa pela faringe e é direcionado para o esôfago. Lá, movimentos peristálticos permitem que o bolo seja direcionado ao estômago. Tal processo mecânico permite, além desta função, misturá-lo aos sucos digestivos. Algumas aves possuem nesse órgão uma região conhecida popularmente como papo, onde o alimento é armazenado e amolecido.

Estômago

No estômago, o suco gástrico – rico em ácido clorídrico, pepsina, lipase e renina – fragmenta e desnatura proteínas do bolo alimentar, atua sobre alguns lipídios, favorece a absorção de cálcio e ferro, e mata bactérias. Este órgão, delimitado pelo esfíncter da cárdia, entre ele e o esôfago; e pelo esfíncter pilórico, entre o intestino, permite que o bolo fique retido ali, sem que ocorram refluxos. Durante, aproximadamente, três horas, água e sais minerais são absorvidos nesta cavidade. O restante, agora denominado “quimo”, segue para o intestino delgado.

Intestino delgado

No intestino delgado ocorre a maior parte da digestão e absorção do que foi ingerido. Este órgão é compreendido pelo duodeno, jejuno e íleo, e o processo se inicia nessa primeira porção. Lá, com auxílio do suco intestinal, proteínas se transformam em aminoácidos, e a maltose e alguns outros dissacarídeos são digeridos, graças a enzimas como a enteroquinase, peptidase e carboidrase.

No duodeno há, também, o suco pancreático, que é lançado do pâncreas através do canal de Wirsung. Este possui bicarbonato de sódio, tripsina, quimiotripsina, lipase pancreática e amilopsina em sua constituição, que permitem com que seja neutralizada a acidez do quimo, proteínas sejam transformadas em oligopeptídios, lipídios resultem em ácidos graxos e glicerol, carboidratos sejam reduzidos a maltose e DNA e RNA sejam digeridos. A bile, produzida no fígado, quebra gorduras para que as lipases pancreáticas executem seu papel de forma mais eficiente.

A digestão se encerra na segunda e terceira porção do intestino delgado, pela ação do suco intestinal. Suas enzimas: maltase, sacarase, lactase, aminopeptidases, dipeptidases, tripeptidases, nucleosidades e nucleotidases; permitem que moléculas se reduzam a nutrientes e estes sejam absorvidos e lançados no sangue, com auxilio das vilosidades presentes no intestino. O alimento passa a ter aspecto aquoso, esbranquiçado, e é chamado, agora, dequilo.

Intestino grosso

O quilo se encaminha para o intestino grosso. Esse, dividido em apêndice, cólon e reto, absorve água e sais minerais e direciona a parte que não foi digerida do quilo para o reto, a fim de que seja eliminada pelas fezes. Bactérias da flora intestinal permitem a produção de vitaminas, como as K e B12.

Tropeiros

Quem eram 

No Brasil Colonial, principalmente nos séculos XVII e XVIII, os tropeiros tinham uma grande importância econômica. Estes condutores de mulas eram também comerciantes.


Os tropeiros faziam o comércio de animais (mulas e cavalos) entre as regiões sul e sudeste. Comercializavam também alimentos, principalmente o charque (carne seca) do sul para o sudeste.


Como a região da minas estava, no século XVIII, muito voltada para a extração de ouro, a produção destes alimentos era muito baixa. Para suprir estas necessidades, os tropeiros vendiam estes alimentos na região.


Abrindo estradas e fundando vilas e cidades 

Os tropeiros também foram muito importantes na abertura de estradas e fundação de vilas e cidades.

Muitos entrepostos e feiras comerciais criados por tropeiros deram origem a pequenas vilas e, futuramente, às cidades.


Bandeirantes

Bandeirantes

BandeirantesNo Brasil, durante o Período Colonial - período em que nosso país era dominado pelos portugueses - ocorreram movimentos de exploração do território em busca de índios para serem escravizados e também de ouro.
Um desses movimentos, chamados de “Bandeiras” eram expedições, originadas
em São Paulo e dirigidas por homens determinados que exploravam o interior do Brasil. Esses homens eram chamados de Bandeirantes.
Houveram três “ciclos” de atuação dos bandeirantes:
No primeiro ciclo , chamado de “caça ao índio” , os bandeirantes capturavam índios para serem escravizados e vendidos aos fazendeiros de cana-de-açúcar. Nesta fase os bandeirantes invadiam tribos e missões jesuítas para capturar os indígenas, que eram levados acorrentados até os locais de leilão. Neste ciclo os bandeirantes mais conhecido eram Antônio Raposo Tavares e Manuel Preto.
Em seguida veio o segundo ciclo , chamado de “sertanismo de contrato” , foi a fase em que os bandeirantes eram contratados para combater os quilombos – aldeias de escravos fugitivos, que se formavam em locais de mata fechada, distantes das colônias. Domingos Jorge Velho era o bandeirante mais conhecido deste ciclo.
Finalmente, no terceiro ciclo ou “ciclo do ouro” , os bandeirantes passaram a dedicar-se à exploração das regiões auríferas, principalmente de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso, e no qual se destacaram os bandeirantes Fernão Dias Pais, Manuel Borba Gato, Bartolomeu Bueno da Silva e Pascoal Moreira Cabral.
As principais conseqüências do movimento bandeirante foram a expansão da fronteira brasileira para territórios que pertenciam à Espanha pelo tratado de Tordesilhas e, com a exploração do ouro e diamantes, a fixação de populações em áreas urbanas, como as vilas de Ouro Preto, Sabará, Mariana e Diamantina, em Minas Gerais, Vila Boa, em Goiás, e Vila Bela, em Mato Grosso.
Conheça mais sobre os principais bandeirantes:
Antonio Raposo Tavares, (1598-1658), explorador português, que chegou ao Brasil em 1618, fixando-se em S. Paulo, onde logo se entusiasmou em participar nas expedições destinadas a aprisionar índios. Sua grande aventura ocorreu a partir de 1648, quando, à frente de uma bandeira destinada ao norte do país, alcançou, em 1651, a fortaleza do Gurupá na foz do rio Xingu.
Fernão Dias Pais, (1608-1681), bandeirante paulista, desempenhou papel importante na reconciliação entre paulistas e jesuítas, mas também realizou incursões contra as missões jesuítas espanholas na região do Rio Grande do Sul, a fim de escravizar índios. O governo português incumbiu-lhe de realizar um empreendimento em busca de metais preciosos, o que originou a grande bandeira de 1674-1681, com a qual percorreu o interior mineiro. Encontrou apenas turmalinas, mas seu esforço permitiu que expedições posteriores descobrissem minas. Faleceu nesta jornada.
Manuel Borba Gato, (1628-1718), bandeirante paulista, participante da descoberta de ouro em Minas Gerais, nasceu em São Paulo e faleceu em Sabará, Minas Gerais. Acusado da morte de Rodrigo de Castelo Branco, administrador das minas (1682), refugiou-se no sertão até 1700, sempre colaborando nas explorações. Em 1700 obteve o cargo de guarda-mor do distrito do rio das Velhas, o que lhe garantiu poder e influência. Foi também vereador da câmara de Sabará.
Bartolomeu Bueno da Silva, (1672-1740), bandeirante paulista, nasceu em Parnaíba, São Paulo, e faleceu em 19 de setembro de 1740, em Goiás. Viveu em Sabará no início do século XVIII e em 1722-1725 dirigiu a bandeira que descobriu ouro na atual cidade de Goiás Velho, transformada em Vila Boa em 1739. Enriqueceu na região, pois, além de descobridor das minas, recebeu a concessão da cobrança pela passagem dos rios de Goiás.
Curiosidades
Geralmente os bandeirantes não levavam provisões, mesmo nas viagens longas. Levavam apenas cabaças de sal, pratos de estanho, cuias e as indispensáveis redes de dormir. Isto ocorria porque a viagem ficava muito difícil com tantas coisas para carregar e também porque não havia formas de conservar os alimentos, assim, os bandeirantes se alimentavam da pesca e das frutas que encontravam pelo caminho. Quando faltavam esses alimentos, utilizavam carne de cobra, lagartos e sapos ou rãs. Se faltava água, tentavam encontrá-la nas plantas, mascavam folhas, roíam raízes e, em casos extremos, bebiam até sangue de animais. Definitivamente não era um trabalho nada fácil!

segunda-feira, 28 de março de 2016

Capitanias Hereditarias

O sistema de capitanias hereditárias é um sistema de controle administrativo colonial que marcou a história da colonização portuguesa no Brasil. A partir do ano de 1530, o governo português passou a voltar os seus interesses políticos e econômicos para as terras brasileiras. Contudo, isso exigia a instalação de algum modelo de administração que fosse capaz de assegurar a posse portuguesa sobre o território e, ao mesmo tempo, tornar o Brasil uma colônia lucrativa.
Foi buscando resolver esse problema que os portugueses implantaram no Brasil o sistema de capitanias hereditárias, em 1534. Nesse sistema, Portugal realizava a divisão das terras brasileiras em longas faixas que partiam do litoral até alcançar os limites do Tratado de Tordesilhas. Assim, cada faixa de terra era considerada uma capitania. Cada capitania tinha um responsável por ela, que era escolhido pelo rei de Portugal, e ganhava o título de donatário.
O donatário tinha o direito de utilizar a capitania doada por Portugal e, ao mesmo tempo, a obrigação de ocupar o território e organizar atividades que fossem lucrativas. Eles também poderiam repassar o direito de uso da capitania para o seu filho. Era por esse motivo que ela também era chamada de hereditária. Entretanto, a posse continuava com a Coroa e, por tal razão, o donatário não poderia vender ou comprar uma capitania.
A razão de Portugal utilizar esse modelo administrativo para ocupar o Brasil se dava por conta da falta de recursos financeiros e funcionários para que ele mesmo controlasse as terras diretamente. Sendo assim, o sistema de capitanias hereditárias garantia a exploração econômica da colônia sem que fosse necessário desembolsar grandes quantidades de dinheiro. Portugal tinha apenas o trabalho de fiscalizar e arrecadar os impostos que lhe eram de direito.
Mesmo com todas essas motivações e um modelo já organizado, o sistema de capitanias hereditárias não atingiu o sucesso esperado. Não raro, os donatários nomeados pela Coroa nem chegaram a pisar em terras brasileiras, mostrando receio e desinteresse em abandonar seus negócios em Portugal para se lançar a uma nova aventura do outro lado do Oceano Atlântico.
Os donatários que chegaram a assumir sua capitania e se mudar para o Brasil também enfrentaram sérias dificuldades. A grande extensão das capitanias e o desconhecimento do território dificultavam o processo de dominação. Por outro lado, a falta de incentivos do governo de Portugal tornava a missão dos donatários ainda mais complicada. Por fim, devemos também salientar a presença e a resistência das populações indígenas, que se sentiam injustiçadas com a ocupação promovida pelos portugueses.
Ao mostrar claros sinais de ineficiência, o sistema de capitanias hereditárias foi progressivamente substituído pelo Governo Geral. As duas únicas exceções do grande fracasso desse modelo foram notadas nas capitanias de São Vicente (atual estado de São Paulo) e Pernambuco. Nessas duas regiões, o sistema prosperou graças aos rápidos lucros obtidos pela exploração da cana de açúcar que era exportada para a Europa. Somente no ano de 1759, sob as ordens do marquês de Pombal, que o sistema de capitanias foi completamente extinto dando lugar somente ao Governo Geral.
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De a cordo com o texto responda:
1- O que são capitanias hereditárias? Por que se chamavam "hereditárias"?
2- O que são donatários?
3- Qual o motivo da criação das capitanias hereditárias? Em que ano e sec. estas capitanias foram estabelecidas no Brasil?

4- Como funcionava a hierarquia que administrava as Capitanias Hereditárias?
5- Quais capitanias deram certo?
6- Por que a maioria das capitanias hereditárias não prosperaram?


quarta-feira, 16 de março de 2016

Navegações Portuguesas

Navegações Portuguesas

Durante os séculos XV e XVI, os europeus, principalmente portugueses e espanhóis, lançaram-se nos oceanos Pacífico, Índico e Atlântico com dois objetivos principais : descobrir uma nova rota marítima para as Índias e encontrar novas terras. Este período ficou conhecido como a Era das Grandes Navegações e Descobrimentos Marítimos.

Os objetivos

No século XV, os países europeus que quisessem comprar especiarias (pimenta, açafrão, gengibre, canela e outros temperos), tinham que recorrer aos comerciantes de Veneza ou Gênova, que possuíam o monopólio destes produtos. Com acesso aos mercados orientais - Índia era o principal - os burgueses italianos cobravam preços exorbitantes pelas especiarias do oriente. O canal de comunicação e transporte de mercadorias vindas do oriente era o Mar Mediterrâneo, dominado pelos italianos. Encontrar um novo caminho para as Índias era uma tarefa difícil, porém muito desejada. Portugal e Espanha desejavam muito ter acesso direto às fontes orientais, para poderem também lucrar com este interessante comércio.

Um outro fator importante, que estimulou as navegações nesta época, era a necessidade dos europeus de conquistarem novas terras. Eles queriam isso para poder obter matérias-primas, metais preciosos e produtos não encontrados na Europa. Até mesmo a Igreja Católica estava interessada neste empreendimento, pois, significaria novos fiéis.

Os reis também estavam interessados, tanto que financiaram grande parte dos empreendimentos marítimos, pois com o aumento do comércio, poderiam também aumentar a arrecadação de impostos para os seus reinos. Mais dinheiro significaria mais poder para os reis. 

Pioneirismo português

Portugal foi o pioneiro nas navegações dos séculos XV e XVI devido a uma série de condições encontradas neste país. A grande experiência em navegações, principalmente da pesca de bacalhau, ajudou muito Portugal. As caravelas, principal meio de transporte marítimo e comercial do período, eram desenvolvidas com qualidade superior à de outras nações. Portugal contou com uma quantidade significativa de investimentos de capital vindos da burguesia e também da nobreza, interessadas nos lucros que este negócio poderia gerar. Neste país também houve a preocupação com os estudos náuticos, pois os portugueses chegaram a criar até mesmo uma centro de estudos : A Escola de Sagres.

Planejamento das Navegações

Navegar nos séculos XV e XVI era uma tarefa muito arriscada, principalmente quando se tratava de mares desconhecidos. Era muito comum o medo gerado pela falta de conhecimento e pela imaginação da época. Muitos acreditavam que o mar pudesse ser habitado por monstros, enquanto outros tinham uma visão da terra como algo plano e , portanto, ao navegar para o "fim" a caravela poderia cair num grande abismo.

Dentro deste contexto, planejar a viagem era de extrema importância. Os europeus contavam com alguns instrumentos de navegação como, por exemplo: a bússola, o astrolábio e a balestilha. Estes dois últimos utilizavam a localização dos astros como pontos de referência.

Também era necessário utilizar um meio de transporte rápido e resistente. As caravelas cumpriam tais objetivos, embora ocorressem naufrágios e acidentes. As caravelas eram capazes de transportar grandes quantidades de mercadorias e homens. Numa navegação participavam marinheiros, soldados, padres, ajudantes, médicos e até mesmo um escrivão para anotar tudo o que acontecia durantes as viagens.

Navegações portuguesas e os descobrimentos

No ano de 1498, Portugal realiza uma das mais importantes navegações: é a chegada das caravelas, comandadas por Vasco da Gama às Índias. Navegando ao redor do continente africano, Vasco da Gama chegou à Calicute e pôde desfrutar de todos os benefícios do comércio direto com o oriente. Ao retornar para Portugal, as caravelas portuguesas, carregadas de especiarias, renderam lucros fabulosos aos lusitanos.

Outro importante feito foi a chegada das caravelas de Pedro Alvares Cabral ao litoral brasileiro, em abril de 1500. Após fazer um reconhecimento da terra "descoberta", Cabral continuou o percurso em direção às Índias.

Em função destes acontecimentos, Portugal tornou-se a principal potência econômica da época.

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De acordo com o texto responda:

1- Qual objetivo de Portugal ao iniciar as suas navegações? Como esta época ficou conhecida?

2- O que são especiarias? De quem os portugueses as compravam? Eles estavam satisfeitos em relação a isso? Justifique sua resposta.

3- Além do problema com o comercio de especiarias, havia outros dois motivos para que Portugueses quisessem explorar novas terras, quais são estes motivos?

4- Quem financiou as navegações dos portugueses? Por qual motivo?   

5- O que significa dizer que os Portugueses foram os pioneiros nas navegações marítimas? Por qual motivo havia condições favoráveis para que Portugal iniciasse  essas navegações?

6- Por que as caravelas eram adequadas para que os portugueses realizassem as navegações? Quem eram os tripulantes?

7- Comente a navegação realizada em 1500, quem estava no comando, para onde os portugueses estavam indo, e o que eles descobriram.






quarta-feira, 2 de março de 2016

Como trabalham os arqueólogos?

Como trabalham os arqueólogos?

Os arqueólogos são cientistas que estudam documentos muito diferentes dos documentos escritos: são pedras, objetos, pinturas em rochas, vestígios de fogueiras há séculos apagadas. Todos esses são documentos de povos que viveram muitos e muitos anos atrás naqueles lugares em que se encontram os vestígios. Em muitos casos, foram povos que não deixaram documentação escrita e cujos hábitos podem ser conhecidos através de análises que os arqueólogos fazem desses materiais. 
Cada grupo humano se comporta, pensa, trabalha e se distrai de maneira toda sua: as técnicas de fabricar instrumentos de trabalho, as maneiras de preparar os alimentos, de plantar, as roupas que as pessoas vestem, os ornamentos que usam, tudo isso faz parte da sua maneira de viver, de sua cultura. 
Quando um povo desaparece e os objetos que ele usava são encontrados, eles passam a constituir vestígios dos quais podemos tirar informações. Em geral, os vestígios ficaram no lugar onde aquele povo vivia ou frequentava. Sobre eles vão-se depositando finas camadas de poeira, resultante da ação da chuva e dos ventos sobre o solo e as rochas. Com o decorrer dos milênios essas camadas podem atingir vários metros de espessura. Enquanto os vestígios arqueológicos estão sob a terra, nada os altera. 

Quando encontrados, podem ser estudados pelos arqueólogos que utilizam métodos de trabalho e técnicas de análise que permitem, a partir deles, tirar conclusões sobre a cultura e a história dos povos que fabricaram e usaram aqueles objetos. Quando um arqueólogo estuda um sítio, ele vai retirando pouco a pouco as camadas de sedimentos. 
As primeiras camadas são as mais recentes, e quanto mais se aprofundam as escavações, maiores são as possibilidades de achar solos com vestígios mais antigos. Descobrir os objetos é descobrir também o solo daquela época e a forma como foi utilizado. Nas fogueiras, as análises dos restos de carvão permitem datar a época em que esse solo foi habitado. Cada mínimo detalhe tem sua importância, pois é um elemento de valor para reconstruir um modo de vida definitivamente extinto. Um objeto isolado de pouco serve se não conhecemos as condições do meio ambiente correspondentes ao período estudado. Por isso o trabalho arqueológico não pode ser feito por amadores ou colecionadores de objetos arqueológicos. Somente todo o conjunto de uma pesquisa torna possível o conhecimento da cultura e da história daquele povo pré-histórico. Essa não será uma história de fatos acontecidos, mas será a história da forma como os grupos culturais se relacionaram com o meio ambiente em que moravam. Será a história das mudanças na maneira que tinham de fazer suas casas, seus objetos, suas comidas, suas armas, e como usavam o meio ambiente, e como se autorepresentavam em pinturas rupestres pré-históricas.

O objetivo principal da Arqueologia é entender essa cultura material e como o ser humano que utilizava determinado artefato vivia e se relacionava. Esses dados são a tradução do passado. O passado  pode estar impresso em vestígios arqueológicos de natureza diversa. Além de objetos (como cortadores de pedra e vasos de cerâmica), estruturas e construções (como casas e templos) também dizem muito. Mais do que documentos históricos escritos, eles trazem informações importantes e, muitas vezes, inéditas sobre um povo.

Sítios Arqueológicos 
Sítio arqueológico é um local onde são encontrados vestígios dos homens que viveram no passado. Esses vestígios são os restos de suas casas, de sua alimentação, seus instrumentos de trabalho, suas armas, seus enfeites e pinturas. Através do estudo desses objetos, os arqueólogos formulam algumas hipóteses sobre o modo de vida dos homens pré-históricos. Não é um trabalho fácil, uma vez que esses povos não deixaram nenhum documento escrito, pois ainda não conheciam a escrita. O sítio arqueológico é um lugar bem delimitado, onde foram realizadas atividades humanas. Os arqueólogos fazem escavações cuidadosas, pois os restos mais antigos encontram-se enterrados. Cada objeto é fotografado, limpo e levado para o laboratório para ser analisado.


Cultura Material

A cultura material produzida pelos povos em diferentes partes do mundo e em diferentes tempos começou a se tornar significativa especialmente no século XIX com o surgimento da Arqueologia. Muito do que consideramos hoje como obras de arte, na verdade não foram produzidas para esse fim, contudo, muitas vezes, é através dessa produção cultural que conseguimos conhecer a história de sociedades do passado, principalmente daquelas que não desenvolveram a escrita. Com essa aula, os alunos poderão compreender melhor o conceito de cultura material, a partir dos objetos do nosso cotidiano.
O termo cultura material está relacionado com a finalidade ou sentido que os objetos têm para um povo numa cultura, ou seja, a importância e influência que exercem na definição da identidade cultural de uma sociedade. O que é material e físico, objeto ou artefacto é entendido pelos seres humanos como um legado, como algo é para ser apreendido, usado e preservado, que ensina a reproduzir o mesmo objeto ou a guardar a sua memória. Surgem aqui os objetos manufaturados (carácter artesanal) e os que são produzidos num ambiente tecnologicamente mais avançado, na maquinofatura. Os objetos têm uma época e lugar de produção, um povo que os faz e reproduz, logo têm um sentido histórico e humano: a relação entre o objeto e o seu sentido torna-se assim no campo de estudo dos investigadores da cultura material. Numa definição mais clássica, a cultura material pode assim ser entendida como o conjunto de artefactos criados pelo Homem, combinando matérias-primas e tecnologia.

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Com base neste texto responda?

1- O que a arqueologia estuda?

2- Qual o objetivo do trabalho arqueológico?
3- Cite exemplos de materiais que a arqueologia costuma estudar.
4- O que é cultura material?
5- O que são sítios arqueológicos?
6- Você já visitou algum lugar que expõe objetos que contam histórias do passado? Que lugar era esse?
7- Você acha o trabalho arqueológico um trabalho importante? Justifique sua resposta.